segunda-feira, 27 de abril de 2009

Artigos: A máquina humana

Somos seres humanos, ou robots? Temos sentimentos, ou somos feitos de aço? Gostamos de ser de carne e osso, ou preferimos ser máquinas? Máquinas de trabalhar, máquinas de ganhar dinheiro. Preferimos ter um sorriso estampado no rosto, ainda que seja de plástico. Máquinas: isso mesmo! Sem sentimentos, nem frustrações, mas com ambições, com medida ou sem ela. Máquinas programáveis, com as mais variadas opções e menus. Que quando sentem tristeza, fingem não a sentir, porque são máquinas. Feitas de material altamente resistente, tecnologia de ponta, de ultima geração. Será a nossa vida, uma simples operação matemática? Teremos nós o poder de nos programarmos, de pular à frente ou a trás, carregar no stop, ou na pausa, quando nos apetece? Fingimos que conseguimos fazer tudo isso. Que somos fortes, que nada nos abala, que nada nos irá deter. Mundo imaginário!
Num qualquer dia, chega o momento que carregamos no stop e ele não funciona. Carregamos na pausa, mas também não funciona. Fazemos por passar à frente algo que não queremos, mas não conseguimos. Mudamos as pilhas, mas não funciona!... Finalmente damo-nos conta que não controlamos verdadeiramente nada? Ou damo-nos conta que nada daquilo era realidade? Ou que esse nosso poder, era algo efémero? O que fazemos de seguida? Damo-nos conta que realmente somos apenas um ser na criação, ou continuamos a cair na ilusão do mundo material, e criamos um novo mundo para viver, em tudo semelhante ao anterior? Talvez a maioria caia na tentação de optar pela segunda via. Mais fácil. Apenas temos que fazer uns pequenos ajustes. Fazer mais uma vez de conta, e continuarmos como se nada fosse. Caímos novamente na cilada do ego, e não pensamos que um dia, a vida nos poderá cobrar aquilo de que nós continuamos a fugir, incessantemente. Pensamos que não pensando, ou desviando o pensamento, vamos deixar de sentir a frustração de viver uma vida que não escolhemos, de fazer o que não gostamos, de termos que ser alguém que os outros querem que sejamos.
Quando, a sociedade se vai dar conta, que cada um de nós é um ser especial, que todos temos os mesmos privilégios aos olhos da criação? Que ninguém é mais do que ninguém, por mais que se tente provar nunca se o poderá fazer. É contra as leis naturais da vida: sempre imutáveis e imortais. Sim! A pessoa mais rica da sociedade, é o magnata que tem uma colecção de carros, grandes propriedades e bens, ou é o eterno incompreendido que tudo o que tem vem de dentro, de um local invisível aos olhos, mas repleto de paz, alegria e harmonia? Por certo a maioria pensará que será o primeiro, embora, talvez todos respondam que será o segundo. É da praxe. Fica bonito na fotografia, embora quase todos vivam orientados pelo primeiro. Alimenta o ego faminto de fast-food!! A fome de verdade, de Luz, de alegria, de harmonia, de Paz continua lá, mas nós continuamos a alimentar o falso centro, dando-lhe mais comida rápida! Pelo menos sacia, embora não alimente! Satisfaz não realiza, e a diferença esta precisamente aí. A satisfação imediata não tem em conta a realização. Satisfação é fácil de alcançar, porém a realização, não está assim ao alcance de um simples gesto, rapidamente. Quem quiser que pense.

2009

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