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Não estava
triste, nem alegre. Não sofria, nem estava feliz. Estava, mas não estava, era o
que não era. Um estado empedernido. O relógio parou, o coração continuou a
bater, mas tudo parou. As fábricas deixaram de fazer-se notar ao longe com o
seu ruído de fundo; os carros pararam nas estradas; as pessoas pararam nas
ruas; as folhas de árvores pararam de bater ao sabor do vento - pois o vento
também ele parou. O sol desapareceu. O azul do céu deu lugar ao cinzento das
nuvens num dia de Outono, por meses a fio. Tudo era nada, pois o “tudo” não
existia. Vazio completo. Não era de noite, mas também não era bem de dia. Tanto
estava acordada, como depressa adormecia. Tudo fazia sentido porque existia,
mas nada daquilo era real.
Clarisse Silva
Fev 2008 © Direitos de autor reservados.
4 comentários:
Amiga Clarisse:
Acredito e sei que muita gente vive ou sobrevive assim, ausente.
Muito belo.
beijinhos e boa semana
Amiga Fê,
Infelizmente assim é...
Beijinhos e obrigada.
Clarisse Silva
um texto original e que gostei de ler.
um beij
Olá Piedade Araújo Sol,
Grata pela visita e pelo comentário.
Saudações,
Clarisse Silva
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