quarta-feira, 2 de junho de 2010

Poema nas muralhas da sociedade


(foto: Clarisse)

Poema nas muralhas da sociedade


Materialismo.
Consumismo.
Seres desenfreados,
Humanos abençoados.
Cercados de esquecimento
Refugiados no pensamento,
Da carne e do seu prazer
Nunca conseguem Ser.
Vidas de mentira,
Pelo ego ofuscadas
Tira o essencial, e retira…
Pois só existe em mira
Prazer imediato.
Vidas de si despojadas,
Seres de si amputados,
Mas viva o prazer do material
Pois é assim o normal!
Ter as suas vidas sumidas
E ocultar as feridas!

E quem assim não age, é olhado
De olhar desconfiado,
Marginalizado da sociedade
Detentora da felicidade!
A felicidade é materialismo…
A felicidade é fazer de conta…
Ser de Direita no Socialismo
Ninguém se aponta.
Desde que seja um membro mais,
(detentor de tormentos abissais)
É sempre bem-vindo!
É mais um ser sorrindo
Tendo a sua vida sumida
E ocultando tanta ferida!


http://www.worldartfriends.com/modules/publisher/article.php?storyid=27821
do livro "A Força do Ser"


© Direitos de autor reservados.

10 comentários:

Fê blue bird disse...

"Ocultando tanta ferida", sábias palavras.
Um verdadeiro e fiel retrato da nossa sociedade.
Uma foto a condizer, linda!
Beijinhos

Anónimo disse...

Menina Muralhas, são monumentos ou muralhas que nos fazemos uns com os outros, mas gosto muito de monumentos e passagens gosto muito do Douro que tem belas paisagens. Gostei muito do teu poema.
Um beijo
Santa Cruz

Clarisse Silva disse...

Olá Fê,

Obrigada pelas suas palavras. Infelizmente é o que sinto com esta sociedade desumanizada. Mas acredito e tenho fé.

Beijos e obrigada,
Clarisse

Flavia Assaife disse...

Clarisse,

Conseguiste descrever em poesia, de forma dura e fidedigna uma humanidade materialista que se importa somente com o ter e obter cada vez mais e, infelizmente, vai esquecendo-se do ser e das pequenas coisas e valores nas quais o dinheiro não possui poder de compra...

Um trabalho admirável.

Beijos

Flávia Flor

Clarisse Silva disse...

Olá Santa Cruz,

Eu também gosto muito do Douro.
Obrigada pela sua passagem.
Beijo,
Clarisse

Clarisse Silva disse...

Olá Flávia,

Feliz com a sua visita, a qual agradeço!

Beijos e votos de muitas felicidades!!

Clarisse

Lago Mudo disse...

Cobiçando um falso jardim, deixámos em ruínas as muralhas da sAciedade, descobrindo após estas apenas os campos pantanosos em que nos vamos afundando.
Fortemente social e político... gostei.

Ava disse...

Clarisse, tive conhecimento do seu blogue pelo post da Fê. E só tenho a dizer que além de ter gostado do seu espaço, concordo inteiramente com as suas palavras. Um poema sábio, um retrato perfeito do que se tornou a sociedade portuguesa.

Beijinhos doces e muito prazer em conhecê-la, Ava.

Clarisse Silva disse...

Olá Lago Mudo!

Isso é o resultado das pessoas procurarem a felicidade nas coisas e nas pessoas, esquecendo-se ou não sabendo que ela reside bem dentro delas e não depende de ninguém.

Muito obrigada pela sua passagem.
Beijos,
Clarisse

Clarisse Silva disse...

Olá Ava!

Alegramente o facto de ter gostado do meu canto.
Quanto ao poema não sei se é sábio ou não, ele apenas pretende ser um retrato da sociedade em que vivemos, tão desumanizada.

O prazer em conhecê-la também é meu. :) Muito obrigada!

Beijos,
Clarisse